Isto dos nomes estúpidos tem muito que se lhe diga, estão por todo o lado, infestaram por completo tudo e todos. Já nada se escapa, desde os nomes pessoais até às coisas simples que preenchem o nosso dia-a-dia. Já não se pode comprar um simples iogurte sem se saber qual a mensagem que o mesmo deixa transparecer. Muitos foram criados por mera estupidez e despreocupação, mas a maioria esconde mensagens subliminares bem mais sinistras do que à partida se poderia imaginar. A mensagem subliminar é nada mais, nada menos do que uma informação que nos é enviada de modo oculto e dissimulado, abaixo dos limites da nossa percepção consciente. Tácticas de venda que apelam ao nosso subconsciente, mensagens perturbadoras que nos incitam a fazer o que não queremos e a comprar o que não se precisa. Primeiro que tudo, quero abordar os nomes puramente estúpidos e vamos começar já com um exemplo bem simples e que muitas horas de diversão proporcionou à miudagem da minha rua (bem como muitas palmadas). Vou ter que falar do lendário Opel Ascona, quem não se lembra dele? Quem é que nunca disse o nome deste carro em tom provocatório?
Mas quem é que foram as bestas que puseram um carro destes a circular nas estradas? Não sabiam desde logo ter feito um pequeno estudo para ver o que o nome significa nos diversos países onde vai ser vendido? Não duvido nada que muito boa gente não o tenha comprado por esse mesmo motivo. Se em Portugal já era mau, agora imaginem num qualquer país africano de língua oficial portuguesa! Imaginem bem o nome da viatura a ser dita com aquela típica pronúncia africana, já ta? Sai qualquer coisa do género…o pelo da’s cona! Ok, ok, também já me vieram chatear a dizer que Ascona é uma comuna da Suíça e que não tem que ser mal interpretado. Se assim é, então estes produtos deveriam ser vendidos regionalmente para que ninguém interpretasse mal. Eu nem quero pensar nas possibilidades cá em Portugal, são tantas! Mas esperem lá, é mesmo para isso que este texto serve, porra, vamos lá a isto. Terras e terrinhas com nomes mesmo estúpidos e absurdos que dariam excelentes nomes para automóveis, e dos quais fiz uma selecção rigorosa. Por rigorosa quero dizer, com uma forte componente sexual. Vamos lá a ver, temos Coitos, Coito da Enchacana, Coito da Maria Esteves (esta devia ser bem boa para lhe dedicarem uma terrinha), Monte do Coito Grande (ouvi dizer que faz muito eco naquela zona), Fundo da Rameira (esta é óbvia demais), Teso, Grota da Chouriça e Lambedoiro. Mas porquê? Que lhes deu na cabeça para terem nomes destes? E ainda falam mal do pessoal da cidade, seus campónios rebarbados! Também temos um que é dos meus preferidos, Vale de Cabrões.
São mesmo muitos, Porcalhota, Quintas das Porcas, Porqueiras, Cama da Porca etc etc… Agora imaginem-se a morar num destes sítios, ah pois é! A terem que preencher a morada nos mais diversos sítios, nos documentos, a ir a entrevistas de trabalho etc etc… Muito vergonhoso, talvez seja um dos motivos do êxodo rural. Até eu me punha na “alheta” se morasse numa destas terrinhas. Mas guardei o melhor para o fim, o único que se pode debater de igual com o Ascona! Nós temos por cá a uma terrinha chamada Picha, porque não um Opel Picha?
Assim já se podia fazer um frente a frente para ver qual ganhava! Já estou mesmo a imaginar o relato - Ascona e Picha fazem uma corrida e no final é o Opel Picha que “sobe” ao pódio. Ascona ficou irremediavelmente escavacada com esta derrota! Já agora aproveito também para formalizar um pedido de desculpas. Meu caro amigo e proprietário da viatura em questão, se estiver a ler, aproveito para confessar que sim, fomos nós que lhe vandalizamos o carro. Retiramos o “S” para nos podermos rir à vontade, não foi por mal, foi na melhor das intenções humorísticas. Reforço novamente o pedido de desculpas, mas veja bem, já lhe imortalizei a viatura com este simples texto e confessei a minha culpa. Ainda na temática dos carros mas entrando nos campos sombrios das mensagens subliminares, na manipulação invisível das nossas mentes, a Renault teve a brilhante ideia de atribuir um nome a um dos seus carros mas devidamente bem camuflado. Após a leitura do mesmo o nosso cérebro trata da reorganização da palavra e inconscientemente temos a máxima urgência e necessidade em adquiri-lo. Falo do Renault Megane, ou como o nosso cérebro o interpreta, ménage. Que bela forma de vender um carro, um apelo aos nossos impulsos sexuais, ao nossos fetiches, e que melhor fetiche do que um ménage? Qual é o homem (ou mulher) que nunca se imaginou a ter um belo ménage a trois, ou a quatre, ou por ai a fora? Estas tácticas de venda estão cada vez mais rebuscadas e refinadas. Leve um dos nossos carros e tenha monumentais orgias enquanto conduz, divirta-se, nós não promovemos a segurança mas sim a promiscuidade. Airbags? No Renault Ménage? Não, nós oferecemos outro tipo de insufláveis de série, tipo profilácticos. Sendo assim o travão será sempre utilizado para a prática do coito interrompido, o acelerador deve ser evitado por pessoas com síndrome de ejaculação precoce, aconselha-se o uso dos espelhos regularmente para ver quem se coloca na nossa retaguarda e se cumprem as regras de distancia mínima de forma a evitar colisões e eventuais danos na nossa traseira. Será assim tão difícil vender um produto com um nome apropriado? Algures aí para baixo, tenho uma imagem de rolos de papel higiénico, e o nome reflecte exactamente a sua verdadeira utilidade, não dá margem para dúvidas, puramente objectivo. O papel chama-se “Shit Begone”, não existem segundas intenções e interpretações, é preto no branco…quer dizer…neste caso será castanho no branco. Mil vezes melhor do que por exemplo Scotex ou Renova, nenhum destes nomes indicia que o seu verdadeiro objectivo é a limpeza do rabito. Scotex? Mais parece um nome artístico de stripper, e quanto ao spot publicitário? Com um cãozinho todo fofinho e branquinho? A anunciar papel higiénico? Sim, mal vejo aquilo dá-me logo vontade de ir a correr para a casa de banho e limpar o rabo ao cãozinho. Hum…será que o cão usa a língua para se certificar que ficou bem limpo? Bem…enfim! E Renova? Mas renova o quê? A vontade de cagar? Ou será mais a necessidade de renovar o stock de papel higiénico constantemente? Das duas uma, ou nos estão a chamar de cagões ou então aquela porra traz muito pouco papel enrolado. Seja como for, não é bom e não deixa transparecer a verdadeira finalidade. Existem duas palavritas portuguesas que também me fazem alguma confusão, temos o correcto e o cometido. Um que é um dois em um, e outro que supostamente entrou noutro ou que deixou entrar. Uma confusão linguística ou um mais um devaneio?
Existe um outro nome que me faz muita confusão, não sei se foi mal criado durante um momento de má criação ou se foi simplesmente mal interpretado, mas tenho uma teoria. A palavrinha é nada mais, nada menos do que o “Cunnilingus”. Não tenho nada contra a prática do mesmo, mas a primeira imagem mental que tenho mal oiço a dita expressão aponta para outro lado, quer dizer, outro orifício. Cu e Lingus? Mas porquê? O que é que existe aqui para enganar? E não me venham dizer que é por causa da proximidade de ambos os buracos! Isto significa que andamos a lamber o buraco errado a séculos? Ou será que aquando da criação da palavra a mesma foi intencionalmente deturpada? Acredito muito mais nesta última possibilidade, quase que consigo ver como tudo se passou…já estou mesmo a imaginar no antigo império romano algures nos bastidores do Coliseu de Roma uma figura da realeza a dirigir-se ao seu escravo e a proferir as seguintes palavras;
Ambrosius Maximus, apetecia-me algo!
Tomei a liberdade senhora e trouxe-lhe o seu leite e o seu mel.
Não, apetecia-me algo mais, mais libidinoso! Sei lá, o meu cu e a tua língua!
Perfeitamente senhora!
E pronto, enquanto a acção propriamente dita decorria, a madame ia berrando ao ritmo desta nova experiência, e balbuciava várias palavras, das quais se destacavam, cu e lingus. O escravo ao acabar o serviço juntou-se ao resto dos serviçais e foi imediatamente confrontado com a ocorrência que se fez ouvir pelo coliseu e pelo novo léxico empregue, que até aquele dia nunca antes tinha sido ouvido. Com vergonha na cara e um travo amargo na ponta da língua imediatamente tomou uma decisão que veio a afectar para sempre as gerações vindouras. Relatou que tinha andado a lamber uma outra área e o resto já nós sabemos.
Pronto, por aqui me fico…vou tentar reorganizar ideias!!!
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