Shit Mix - Parte 1
Eu já tinha prometido a mim mesmo que não voltava a introduzir linguagem obscena e com referências á genitália feminina e masculina nos meus textos. Basta, chega, não tem piada nenhuma. È humor fácil, gratuito e sem qualquer tipo de recompensa humorística (ou o que quer que isso seja)!
Em vez de fazer piadas com caralhadas á mistura, quero tentar ir por uma via mais decente e supostamente mais gratificante. Quero entrar e cair totalmente no ridículo, falar de coisas parvas que me vêm à tola. Humm…eu acho que já fazia tudo isto no passado mas mesmo assim aproveito para marcar uma posição e garanto que vou cumpri-la. Aviso desde já que o texto que se segue não faz sentido absolutamente nenhum e por isso mesmo desde já quero pedir desculpas em adiantado.
Uma das grandes vantagens da idade (senão mesmo a única) é podermos dizer todas as barbaridades que quisermos, quando quisermos e onde quisermos, e no final, ainda sairmos impunes, algumas das quais debaixo de uma saraivada de palmas (vejam bem o caso do George W. Bush, com ele resulta). Estou-me bem a cagar que não gostem, o texto é meu e sou eu que decido o rumo que ele segue (toma toma, nha nha nha nha e chupa chupa). Desta vez o absurdo tomou conta da minha escrita, acabou-se a preocupação com a gramática, com factos, com a realidade politicamente correcta, com os protocolos, com as ditas paneleirices…desta vez vamos ainda mais fundo, vamos ao cerne e ao epicentro daquela que é a actual realidade e semântica Portuguesa. Eu chamei-lhe “Shit Mix” por razões que me parecem óbvias e que mais adiante vou certamente conseguir justificar.
Mas porque raio é que temos a mania que estamos sempre acima de todos? O Português pensa que é sempre o melhor em tudo e que está acima de todos, mas a historia da nossa nação tem provado exactamente o contrário. Não nos podemos continuar a reger pelas conquistas e vitórias passadas, elas aconteceram à séculos porra! Desde então tem sido a decadência total, uma queda vertiginosa que nos transformou num país terceiro mundista. Os nossos antepassados dedicaram um esforço monumental para os descobrimentos e a expansão e nós, os herdeiros, ansiamos por ser descobertos! Está na hora de acordar para a vida e perceber de uma vez por todas que já não somos os grandes conquistadores de outrora. Vamos ver por exemplo o nosso Hino Nacional e tentar perceber a inconsistência do mesmo, a primeira parte é um autêntico devaneio, completamente fantasioso, parece que estamos com uma potente “Trip de LSD” cuja moca nos remete para o passado. Heróis do mar, nobre povo, nação valente, imortal, levantai hoje de novo, o esplendor de Portugal. Já a parte final está muito mais próxima da realidade, vamos lá a ver …Entre as brumas da memória (sim sim memórias, e memórias bem antigas), oh Pátria sente-se a voz (esta voz deve ser resultado do acido atrás mencionado ou então é esquizofrenia paranóide) dos teus egrégios avós (não é bem avós, é mais tipo ancestrais e bem distantes) que hão-de levar-te a vitória (assim de repente não estou a ver qual será a vitoria se nós nem no futebol nos safamos). Ás armas, ás armas (Quais armas? G3 ferrugenta? Em cada 100 balas só 3 atingem o alvo) contra os canhões marchar marchar (ora aqui está uma excelente observação dado que não temos qualquer tipo de armamento e a única solução será marchar). Eu não quero ser mauzinho mas somos uma sombra daquilo que já fomos, já está na hora de acordar para a triste realidade de que não passamos de um povinho presunçoso e pretensioso mas que em termos práticos não faz ponta de um corno. Estamos sempre prontos para tudo e mais alguma coisa e fazemos questão de o mencionar, senão reparem na já habitual expressão que começa grande parte das conversas “Prontos…quer dizer… eu não estava lá, mas prontos, ouvi dizer!” Mas prontos para quê pa? Além de ser uma completa e total mentira está mal dito ou será maldito? Sim! Maldito o dia em que se lembraram de começar a usar essa expressão!
O nosso dia-a-dia está cheio de actos e acções parvas das quais muitas das vezes nem nos damos conta, muitos já o fazem de forma mecânica e nem se apercebem. Já agora porque raio é que quando alguém está a espera do elevador aparece sempre algum idiota e que volta a carregar no botão? E a cada nova pessoa que se junta à espera repete a burrice, será algum ritual bizarro? Será uma espécie de iniciação e aceitação por parte dos demais? Será que me está a falhar algum pormenor e aquilo é uma fonte de prazer? “Tenha um orgasmo enquanto espera pelo elevador”…parece um bom slogan, é pena é não ser verdade! E depois existem os mesmo, mas mesmo mesmo estúpidos que carregam múltiplas vezes em ambos os botões numa ténue mas convicta esperança de que ele reaja ao estímulo e chegue mais depressa…vamos lá a ver se nos entendemos, o facto de carregarem várias vezes não vai fazer com que a merda do elevador chegue mais depressa, muito pelo contrário, quanto muito ainda avariam aquela porcaria e depois toca tudo a ir pelas escadas! Oxalá alguém decida instalar um dispositivo (para efeitos didácticos e recreativos) de ensino com uma descarga eléctrica. Garanto-vos que passava dias a deliciar-me com a estupidez das pessoas que andam de elevador. Eu defendo e apoio totalmente este sistema para castigar a estupidez, um Karma de acção instantânea, aplicado logo ali, mesmo no momento! As coisas não funcionam à bruta e muito menos como nós queremos, temos que ser pacientes, temos que nos adaptar e aprender! Temos que evoluir um pouco mais, o mundo não é só telenovelas e tascas, cartadas no jardim e compras no chinês, ver o Serginho afirmar que não é gay e a confundir o Marques Mendes com um Hobbit! Não...afinal existem muito mais coisas lá fora…espreitem com mais atenção pela janela, limpem a merda de pombo do parapeito, tentem ver através do nevoeiro de poluição e vão ver!
Por exemplo, quando a revista Maria é um Best-Seller em Portugal sabemos que estamos na merda e que literalmente batemos no fundo! O nosso nível de cultura e interesse para a mesma, mede-se imediatamente pelos conteúdos que nos são disponibilizados na televisão, ou seja, diz-me que canais vês e dir-te-ei quem és. Temos canais que se dedicam a autenticas maratonas de 5 a 6 horas de telenovela (pessoal de Guantanamo se acham que isso aí é tortura é porque nunca viram TV em Portugal), isto é uma verdadeira lavagem cerebral e pelo meio somos bombardeados com tanta publicidade que nem sequer temos tempo para gemer. Tentar ver televisão hoje em dia é uma aventura com muitos riscos envolvidos (Idiota Jones e a Ultima Burrada), se não tivermos cuidado na nossa cruzada para encontrar um programa decente podemos eventualmente ficar com lesões cerebrais irreversíveis (Tenham o José Cid como referencia. Chicha, porra merda). Ainda no outro dia estava a ver as noticias e fiquei surpreendido, não fazia a mínima ideia que os blocos noticiosos também conseguiam ter elementos de comédia e sentido de humor! Falo da apresentação do CD do José Castelo Branco, foda-se! O problema nem é ele gravar um CD…o problema é haver pessoas que consideram aquilo musica e que o compram! Hoje em dia basta ser paneleiro e fazer figuras tristes na televisão para gravar um CD? Então em breve o Serginho, o Cláudio Ramos e o Goucha juntam-se e formam uma Gay’s Band. Mas o que é isto? Mas que merda vem a ser esta? Se até um deficiente mental (Zé Cabra) consegue fazer dinheiro com uns grunhidos, que eu só consigo imitar quando estou a cagar, então prepararem-se porque o pior ainda está para chegar! Felizmente este problema não nos afecta só a nós, é uma epidemia de proporções internacionais que até afecta os ditos países desenvolvidos, um laxante auditivo, o verdadeiro “brown noise”. Esta conversa já me está a dar a volta á barriga, por isso vou ali ao w.c. compor uma musica e já volto.