
Ai pimba, mas que belo pimba que te dava, era pimba a noite toda, pimba pimba pimba. A palavra pimba segundo o nosso grandessíssimo e vastíssimo dicionário quer dizer…nada, népia, nicles…absolutamente nada. Nada mesmo, e nada mesmo porque nem sequer lá consta. Ora bolas, uma palavra tão multifacetada e nem sequer tem direito a um pequeno destaque? Mas porquê? Será por causa da conotação de índole sexual que a mesma tem e à qual já nos habituámos? Não creio que seja esse o motivo, se nos dicionários modernos já temos paneleiros, pilas e putas porque não haveríamos de ter um simples e inocente “Pimba”? E olhem que esses três aí atrás são responsáveis por muito do pimba pimba que por aí se dá. Será por ser pimba demais? Para muitos o pimba é sinónimo de parolo, bimbo, etc etc. Para outros é sinónimo de música popular portuguesa, ou seja, a mesma merda mas dita de formas diferentes. Efectivamente não consigo encontrar pimba nas várias secções de música quando vou comprar cd’s. Deveria de estar algures no meio dos ranchos folclóricos e música portuguesa. Temos a capacidade de resumir vários estilos de música a apenas música portuguesa, a nossa capacidade economista no seu melhor. Deveríamos ser mais concisos ou até mesmo sem sisos, desde que aquilo que nos saia da boca, saia com a objectividade necessária. Seja Rock português que se procura ou o último cd da Micaela, tudo tem um estilo, e a organização e a classificação ajudam nessa mesma procura, e se essa forma de classificação passar pela palavra pimba, então por mim tudo bem. Não se pode ter receio de chamar as coisas pelo nome, não se é pimba por se usar a palavra pimba. Agora falando a sério, qual será a origem da palavra e o porquê de tantas interpretações da mesma? Descobri uma utilização para a palavra e que provém do Brasil, utiliza-se para descrever o acto de rematar uma bola, ou como por lá é dito, “pimba na gorduchinha”. Nem será necessário fazer qualquer comentário à interpretação imediata dessa expressão por terras lusas. Nós por cá somos muito mais ambivalentes nos significados que esta palavra tem. Vejamos, temos pimba para definir um estilo de música, temos pimba para definir um acto sexual, temos pimba para exacerbar actos violentos, temos pimba para descrever acidentes e situações cómicas, em resumo, uma parafernália de situações e ocasiões onde a palavra pode ser encaixada. Imaginem bem esta situação bastante comum onde regularmente a palavra é usada, mas não se esqueçam que a palavra pimba tem que ser constantemente adaptada para não soar de forma absurda ou ordinária. “Ex: O gajo ia pela rua abaixo e de repente pimba, acertou-lhe mesmo na cara.” E de repente pimba? Porquê? Levou com alguns genitais vindos do nada na cara? Foi uma violação facial? Claro que não e nós sabemo-lo, adaptamo-la, contextualizamos e facilmente compreendemos. Os vários tipos de pimba podem coexistir entre si, são totalmente compatíveis e podem ser usados múltiplas vezes na mesma frase para definir diversas acções. Mas…existe sempre um mas…e este mas remete-nos para uma combinação pouco provável. Não é que não se possa combinar as duas na mesma frase, mas se o fizermos rapidamente notamos as incongruências. Sim, incongruências, pelo menos para mim apresentam-se como tal, senão vamos lá a ver, sim a ver e não a haver…não quero ter nada que ver ou a haver com este fenómeno musical, vulgarmente conhecido como música pimba. Mas a incongruência propriamente dita prende-se com o facto de não ser possível pimbar ao som de pimba, não é credível, não é minimamente satisfatório. Certamente que deve ser uma experiência traumatizante. A música pimba durante o acto propriamente dito tem um efeito contrário ao do viagra, em vez de reagir à música, levantar-se e bater (ou neste caso sermos nós a bater-lhe) a continência, o que por sua vez leva a um estado de incontinência orgástica, não, quebra o momento. Não existe “sex appeal” musical, é pura e simplesmente ridículo. Hum…se calhar vou sugerir Marco Paulo e outros pimbas famosos da nossa praça para curar os impulsos sexuais dos muitos predadores e pedófilos que por aí andam, parece-me bem. Uma castração musical. Uma impotência sexual injectada por potência de decibéis. Até o próprio nome a denúncia, sim, está escrito no nome, sempre esteve, PIMBA significa, Pénis Insatisfeito Musicalmente Bane Acto. Já o pimba de cariz sexual lê-se da seguinte forma; PIMBA = Partia-te Isso Mesmo Bem Amor, como é notório não são minimamente compatíveis. Se não se está satisfeito como é que se pimba ao som de pimba? “Partia-te isso mesmo bem amor mas o meu pénis insatisfeito musicalmente bane o acto. Não consigo pimba pimba contigo porque a música pimba não ajuda, mas se eu chegar ali ao rádio e pimba, o partir todo, então já podemos passar a noite toda no pimba.” Tudo bem que a música pimba está cheia de referências sexuais, pimba pimba, zuca truca e zumba zumba mas mesmo assim como é que alguém se pode excitar com as frases que se seguem?
- Tiro o carro, ponho o carro à hora que eu quiser;
- O bacalhau quer alho, é o melhor tempero, quem comer alho fica rijo como um pêro;
- Se elas querem um abraço ou um beijinho, nós pimba, nós pimba;
Quanto muito dá para rir, mas isso não significa que seja bom, muito pelo contrário. Não deve ser particularmente agradável estarmos na nossa melhor “performance” e o nosso parceiro estar constantemente a rir-se ou vice-versa.
Tiro o carro? Ponho o carro? Esta analogia barata para descrever a penetração e os respectivos movimentos vaivém, e que inevitavelmente colmatam num vai e vem-se não ajudam em nada. Mas nem tudo é mau, sempre se conseguem retirar alguns elementos positivos, falo como é óbvio do excerto “à hora que eu quiser” (acusem-me de machista à vontade). Isso sim, dava jeito, muito jeito mesmo. Nada como chegar lá e PIMBA, toma lá morangos, e ainda podem escolher se querem com ou sem açúcar (por questões médicas relacionadas com diabetes é claro). Relativamente à segunda frase nem sequer me vou pronunciar, evoco a 5ª emenda, o meu direito de ficar caladinho. Deixo esta questão em aberto para os profissionais já conhecidos e oriundos do Met Set, nomeadamente o representante máximo, a bicha suprema, Mr…bolas, enganei-me, Miss José Castelo Branco.
Errata – onde se lia Met Set deveria estar Jet Set, mas veio-me à cabeça o recorde pessoal do número máximo de pilas em simultâneo no rabo do Sérginho.
Apesar de a música ser completamente ridícula, a última frase bem que se podia pôr em prática no nosso quotidiano. Espelha bem a diferença entre homens e mulheres. Se a mulher procura um momento de algum envolvimento emocional, o homem, qual besta predadora, detecta logo que a presa baixou as guardas e ataca de imediato. Sem dó nem piedade, pimba. Imaginem só as possibilidades e a facilidade com que se pimbava, se elas quisessem um simples abraço, nós pimba, logo ali, nem ai nem ui, nem “com licença deixa-me entrar”. Com licença sim, mas com “licença para pimbar”, ao estilo de 007, “My name’s Misto, Pimba Misto”. Boas maneiras? Engates? Para quê? Regressava-se num ápice aos tempos pré-históricos, bastava existir contacto visual e pimba (mas sem a parte dos puxões de cabelos e arrastões para a gruta). Se elas querem um simples beijinho então nós pimba de novo, isso sim, mas que bom. E ainda por cima as mulheres são todas dadas ao romantismo, e os abraços e beijinhos fazem parte de todo o envolvimento emocional, está implícito, é uma componente quase indispensável e nós deveríamos tirar algum proveito disso.
Homens de todo o mundo, ouçam as palavras sábias dos Reis do Pimba e pimbem até que o carro vos doa…
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