Gods Of Metal - O Rescaldo

É pena que já tenha acabado, mas depois de todas as contas feitas valeu a pena. O saldo é bastante positivo. Não só consegui ver os Carcass como ainda encontrei o Mr. Jeff Walker no centro de Milão. E para os mais incautos, desatentos ou desconhecedores, este senhor é o vocalista e baixista dos Carcass.

Absolutamente fantástico, o culminar de um grande concerto e de uma grande viagem a Itália, Milão e Monza. É claro que nem tudo foram rosas, também nos deparamos com alguns espinhos, mas que em última analise serviram para engrandecer a experiência. Fazendo um breve resumo só para dar ideia dos acontecimentos, o voo estava programado para as 18:55 de dia 26/06/2009 mas devido a sucessivos atrasos só arrancou às 20:10. Nem estávamos a voar á 20 minutos quando subitamente fomos atacados por piratas. Sim, leram bem, piratas, mas não os piratas tradicionais que desviam o avião e o tentam rebentar. Estes piratas eram piratas musicais e a única coisa que tentaram rebentar foi os meus tímpanos. Não acreditam? Então aqui está a prova.

Mesmo com as hospedeiras a apelar para que o mini concerto não se realizasse eles lá continuaram, felizmente os passageiros do avião acabaram por apreciar a insólita iniciativa. Ainda na temática dos concertos, uma foto tirada no Parco Sempione de um bom baterista que estava munido de um leitor de cd's e umas colunas. O homem estava a dar-lhe, muito bom!

O resto da viagem decorreu nas calmas e aterramos dentro da hora prevista. Já em Milão dirigi-me ao Hotel Arco, perto do centro histórico e deparei-me com um cenário dantesco retirado de um bom filme de terror. De Hotel só tinha o nome, já a vizinhança era bem pacata, tinha-se uma agência funerária de um lado e uma padaria do outro.

 

O Hotel era nada mais nada menos que um edifício reformado e adaptado. Ambiente familiar e muito sinistro. Cheguei a pensar que ia acordar na agência funerária e que horas depois os meus ossinhos já tinham sido moídos para fazer farinha na padaria. No dia seguinte mudei de Hotel e fui fazer uma gigantesca maratona por Milão. Mas vamos ao que interessa, o festival propriamente dito. Relativamente á organização só tenho a apontar coisas boas. Tudo funcionou em perfeitas condições, desde as questões relacionadas com a segurança até as áreas de lazer. Tudo estava perfeitamente posicionado e devidamente abastecido de forma a não descurar as necessidades dos milhares de pessoas que por lá andavam. Uma enorme tenda de campanha da cruz vermelha estava montada num dos lados do palco mas felizmente a afluência a mesma foi praticamente inexistente, tirando um caso ou outro de excesso de álcool ou desidratação (dois extremos que nos levam ao hospital, não e irónico?). Muitos locais onde se beber e comer, várias bancas com merchandising oficial das bandas, zonas promocionais com revistas e oferta de cd’s. A típica zona de Guitar Hero também por lá andava, com muita malta a mostrar os seus (pseudo) dotes de guitarrista. Sempre num bom-tom de animação o espectáculo foi decorrendo. Não fazia a mínima ideia que os Italianos eram tão permissivos naquilo que se pode transportar para dentro dos recintos de espectáculos. Se soubesse tinha levado a camera de filmar em vez de a ter deixado ficar a apanhar pó no quarto de hotel. Via-se de tudo espalhado pelo relvado, pessoal com toalhas e a fazerem autênticos banquetes, outros já se encontravam espalhados pelo relvado após um banquete de vinho e cerveja. Até mini tendas para o sol se via, e por muito absurdo que vos possa parecer, fez todo o sentido, porque desde as primeiras horas da manhã que se fazia sentir um calor descomunal. Ás 10:45, hora em que os concertos se iniciaram já se registavam temperaturas na ordem dos 30 graus. Felizmente a organização colocou uma espécie de chuveiros a volta de todo o recinto para o pessoal se ir refrescando. Nem os que estavam lá a frente junto do palco foram esquecidos porque de vez em quando a organização utilizava uma mangueira para molhar o pessoal todo e amenizar o calor que se fazia sentir. Os italianos também mostraram ser um pouco passivos na forma como sentem e vivem a música, mas não quero dizer com isto que não existiram explosões um pouco por todo o lado com muito slam e dives. Pronto, está bem, eu ponho uma rolha e não digo mais nada. Esta chega?

Tirada no Largo La Foppa.

Ainda estou a digerir todo o espectáculo e não tenho muita vontade de escrever, sendo assim deixo aqui um slide com algumas fotos de Milão e do festival em Monza, Gods Of Metal.

 

 

P.S. Enquanto escrevia isto fui a mais um concerto, este já por terras nacionais. Aqui fica mais um belo momento na companhia dos dois guitarristas de Benediction. Respectivamente o Mr. Darren Brookes e o Mr. Peter Rew.

publicado por AZAGTOTH às 19:42 | comentar | favorito
sinto-me: ready for more
música: Carcass - No Love Lost